// Territórios de Exceção: violação de direitos e uso de helicópteros policiais no Rio de Janeiro
14 de abril de 2021No Rio de Janeiro, o tiro pode vir do céu. Sobretudo se você vive em uma das favelas densamente povoadas da cidade onde as operações policiais são recorrentes. Nestas localidades, é comum que helicópteros sejam utilizados como plataforma de tiros.
Partindo deste problema e do aumento expressivo do uso de helicópteros como plataforma de tiro nos últimos anos, o MediaLab.UFRJ, em parceria com a agência autonoma, produziu o relatório “Territórios de Exceção: violação de direitos e uso de helicópteros policiais no Rio de Janeiro”, acessível no link: https://documental.xyz/intervencao
O relatório está disponível em uma plataforma multimídia que apresenta as evidências, por meio de vídeos, animações, imagens em 3D e informações georreferenciadas, oferecendo uma experiência imersiva dentro dos mapas e localidades. Todos os dados e análises realizadas também estão disponíveis para consulta aberta, incluindo informações sobre 736 operações com helicóptero, dados geográficos e de análise de redes sociais.
“Territórios de Exceção” é resultado de uma pesquisa sobre o uso policial de helicópteros como plataforma de tiro em regiões densamente povoadas, especialmente em favelas, com foco no Complexo da Maré. Utilizando ciência e visualização de dados, informações governamentais inéditas, dados de mídias sociais, investigação de campo e técnicas de arquitetura forense, a pesquisa identificou padrões na utilização deste aparato bélico na cidade durante os anos de 2018 e 2019.
Neste mesmo período, a pesquisa “Territórios de Exceção” apurou que ocorreram 415 operações com uso de helicópteros, sendo que em pelo menos 60 delas há indícios de utilização das aeronaves como plataforma de tiro. A letalidade de civis em intervenções policiais também bateu recordes neste intervalo, chegando à média de cinco óbitos por dia.
Acesse o site para ver os detalhes da pesquisa: https://documental.xyz/intervencao.
Ficha técnica:
Este projeto foi idealizado em 2017 pelo MediaLab.UFRJ e a Agência Autônoma como parte das colaborações envolvendo investigações guiadas por dados inspirado em metodologias da arquitetura forense. O trabalho contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) e da Fundação Ford.
Realizado por MediaLab.UFRJ e agência autonoma, em parceria com Redes da Maré, Fogo Cruzado, Pista News, Witness e Rede LAVITS.
Coordenação: Fernanda Bruno, Adriano Belisário e Paulo Tavares
Análise e visualização de dados: Adriano Belisário
Assistência de pesquisa: Ingra Maciel e Debora Pio
Desenvolvedor web: Marlus Araújo