MediaLab.UFRJ participa de reportagem do Fantástico
15 de setembro de 2025O programa Fantástico do dia 14/09, da TV Globo, realizou uma matéria sobre o uso de inteligência artificial generativa para psicoterapia. Na reportagem, conduzida pela repórter Renata Ceribelli, ela realiza um experimento onde passa quatro dias conversando com o ChatGPT sobre seus problemas. Ao longo das “sessões” com a IA, ela vai simulando um aumento do sofrimento, chegando à última sessão dizendo que está sentindo como se estivesse tendo um ataque cardíaco. Mesmo assim, a máquina não oferece recomendações claras sobre buscar ajuda especializada e dá diagnósticos equivocados. A experiência foi supervisionada pelo psicanalista e professor da USP Christian Dunker.
A coordenadora do MediaLab.UFRJ, Profª Fernanda Bruno, foi uma das entrevistadas e apontou que, de acordo com o que vem pesquisando, “o aumento da solidão e a busca de um terapeuta, um amigo ou um conselheiro estão, ao meu ver, relacionadas”. O MediaLab.UFRJ vem, há alguns anos, desenvolvendo pesquisas pioneiras no Brasil sobre este assunto.
As mais recentes, “‘Tudo por conta própria’: aplicativos de autocuidado psicológico e emocional”, de 2020 e “Um app no divã: um estudo de caso do aplicativo Cíngulo“, de 2023, exploram o uso de apps como alternativa para tratamento de saúde mental. De acordo com Fernanda, esses apps não oferecem a interatividade que a inteligência artificial tem hoje, mas as motivações dos usuários para o uso das ferramentas são as mesmas. “A gente percebeu três coisas principais: primeiro o aplicativo não me julga; segundo, a aplicativo está disponível 24/7, o tempo inteiro e não tem ausência; e terceiro porque não envolve dinheiro na relação”, explica.
Ao final da reportagem, Fernanda ainda fala sobre a importância da regulação e da criação de mecanismos para responsabilizar as plataformas. “É fundamental a gente discutir meios de regulação e de responsabilização deste tipo de ferramenta. A pergunta que precisa ser feita é: porque a nossa sociedade está procurando apoio psicológico e emocional em máquinas e o que podemos fazer enquanto sociedade pra oferecer uma rede de saúde de suporte coletivo e profissional que também responda a isso”, conclui.
A reportagem completa pode ser vista no link.