// MediaLab.UFRJ participa de evento com pesquisadores e redes da América Latina

Mais de 50 pesquisadores e ativistas se reuniram para pensar futuros tecnopolíticos

O MediaLab.UFRJ foi um dos laboratórios que integrou o evento Rede das Redes 2025 | Fissuras e bifurcações: semeando futuros tecnopolíticos. O evento aconteceu nos dias 13 e 14 de outubro, no Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ, no Rio de Janeiro. O primeiro dia foi de discussões e encaminhamentos coletivos, já o segundo foi de workshops e apresentações de trabalhos.

A proposta do encontro era ser uma “desconferência” (onde a metodologia e objetivos são elaborados coletivamente) para discutir e construir coletivamente possibilidades de futuro em um cenário de crises. A desconferência reuniu mais de 50 pesquisadores e ativistas de diversos países da América Latina. Ao longo do primeiro dia, o grupo levantou cinco temas principais para serem os disparadores de discussões mais aprofundadas. Foram eles:

1. Autonomia, comunalidade e soberania digital
2. Imaginários e futuros decoloniais
3. Pedagogias, epistemológicas e educação crítica
4. Materialidades, extrativismos e regeneração
5. “Fazer com”: resistências do território

Depois de um dia inteiro desenvolvendo estes temas através de micro-sessões, todos os presentes puderam trazer suas contribuições sobre cada tema, que foram abordadas ao final do dia, em uma plenária.

No segundo dia, Debora Pio, pesquisadora do MediaLab.UFRJ, participou do workshop “Ruptures in Algorithmic Surveillance: How to Resist?” e apresentou os achados de sua pesquisa de doutorado intitulada “Genealogia do Sujeito Suspeito”. O workshop foi dividido em dois blocos: o primeiro, focado na apresentação de pesquisas, teve a participação de Thais Cruz (O Panóptico), Kainen Bell (Illinois University) e mediação de Pablo Nunes (Panóptico); e o segundo abordou estratégias de resistências nos territórios e teve apresentação de de Rodrigo Firmino (PUCPR/Lavits), Gilberto Vieira (data_labe), Roberta Medina (LasinTec) e mediação de Gabriel Pereira (Universidade de Amsterdam).

No mesmo dia também aconteceu o workshop “Tecnoceno e Lutas Terranas: convergências entre conflitos tecnopolíticos e socioambientais”, apresentado pelo Prof Henrique Parra (Unifesp/Lavits) e a vivência “Designing Ocean Futures Literacies: Reimagining shoreline cleanups as tools for ‘amphibious thinking”, capitaneado por Katherine Reilly (SFU).

Debora Pio, do MediaLab.UFRJ, disse que adorou fazer parte do grupo. “É sempre bom estar perto de tanta gente com interesses e lutas em comum, é um ambiente muito frutífero. Além de integrar as discussões propostas ainda pude apresentar minha pesquisa, que ainda está em curso, mas já foi ótimo receber tantos retornos e perguntas que com certeza vão me auxiliar a elaborar essa fase final do meu trabalho”, animou-se.

Esta foi a primeira edição do Rede das Redes que, de acordo com os participantes, tem tudo para se tornar um evento regular na agenda tecnopolítica da América Latina. Em novembro haverá um novo encontro online para definir os próximos passos e seguir na luta.