Dobras #51 // Subjetividades insones nas maratonas de séries em plataformas streaming

9 de dezembro de 2021

Por Mariana Campos Carvalho*

Este texto é um apanhado de primeiras questões de pesquisa baseado no projeto de mestrado apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura da UFRJ

“Quando você assiste algo na Netflix e fica viciado, você fica acordado até tarde (…) no limite, nós estamos competindo contra o sono” Reed Hastings (CEO da Netflix)**

A relação das pessoas com as séries que assistem me intriga há algum tempo. No meu trabalho de conclusão de curso da graduação em Estudos de Mídia na UFF realizei um vídeo intitulado “Solidão Assistida” (pode ser visto aqui) que apresentei junto a uma breve monografia com o título “O refúgio das subjetividades contemporâneas no universo simbólico das séries”. O que estava ali (as subjetividades, as séries e as plataformas) se desdobra aqui, com ênfases e aprofundamentos diferentes. Esse projeto de pesquisa é, portanto, o início de uma investigação sobre as plataformas streaming, com intuito de fazer conexões com os estudos sobre a relação da pessoa que assiste (a quem, num primeiro momento, evito chamar de espectador ou usuário) com as séries assistidas e com quem mais as assiste. Isso com uma aposta de que essa relação pode nos fornecer sinais para compreender mudanças significativas nos modos de produção da subjetividade (e da sociabilidade) contemporânea.

A proposta é pensar como a prática de maratonar séries em plataformas streaming vai além do simples lazer e seria sintoma de reconfigurações subjetivas contemporâneas em um contexto de plataformização de diferentes esferas da vida. E manteria relação com um tipo específico de mal-estar contemporâneo (em relação à solidão e ansiedade). Algo que teria se intensificado (e complexificado) com as restrições sanitárias impostas pela pandemia de covid-19 a partir de março de 2020.

O fenômeno já amplamente conhecido como “maratona de séries” (também pelo termo em inglês binge-watching) acontece num contexto em que está em jogo a “economia da atenção”; e, portanto, fica no cerne de uma negociação em que empresas objetivam manter os sujeitos “enganchados”. Isto é, acordados e conectados o máximo de tempo possível (produzindo valor) e utilizam diversos mecanismos tecnológicos e econômicos, como os de recomendação algorítmica, produções de nichos identitários e discursos nas redes sociais, enquanto do outro lado os sujeitos-espectadores-usuários fariam uma busca incessante por satisfação que tende à repetição insone.

  

 

Solidão assistida

Além de constatar que há cada vez mais pessoas consumindo cada vez mais séries, tenho notado também que esse hábito desempenha um papel especialmente importante em suas vidas, talvez ainda mais acentuado que o consumo de outros produtos culturais atualmente. Em várias ocasiões, assistir séries se estabelece como uma atividade cultural prazerosa como tantas outras, com finalidade de divertir, emocionar, provocar, entreter. Porém, são cada vez mais frequentes as conversas cotidianas sobre a “necessidade” de assistir séries, algo que também se vê ilustrado no vídeo

São comuns, por exemplo, os relatos em postagens nas redes sociais comentando com certo humor sobre “precisar assistir alguma série”, associando muitas vezes essa necessidade a uma demanda por produtividade: “alguém me recomenda uma série para eu não fazer nada nesse fim de semana?”. Aparece também em outros contextos essa relação entre assistir séries e não fazer nada. Em situações cotidianas ouvimos comentários semelhantes: “sair de casa pra quê? só quero ver minhas séries mesmo”. É frequente a associação entre não ter vida social e assistir séries. Assim como ao ato de não dormir. Manifestações tão comuns que rendem alguns memes e os perfis em redes sociais da Netflix usam esse mesmo discurso nas interações com seu público e em diversas ações de marketing.

  

 

 

O vídeo “Solidão Assistida” foi uma tentativa de ilustrar como a produção de subjetividade e as relações sociais se desenvolvem no real permeado pelo simbólico. Tanto no momento que a pessoa assiste a série e habita um mundo em que se vê acompanhada pelos personagens, quanto nas conversas sobre as séries assistidas, coabitando esse universo comum. A realidade instável sobreposta por um universo simbólico menos inóspito, mais controlado e que pode ser habitado a cada novo episódio.

Frames do vídeo:

  

“Adoro entrar em outros mundos, assim como adoro mistérios. Por isso, não gosto de saber o que vem pela frente. Gosto da emoção da descoberta. Acho que uma das boas coisas que acontecem nas séries é que podemos entrar nelas e penetrar cada vez mais fundo. Somos envolvidos pelo mistério e as coisas começam a surgir.” David Lynch

Essa frase simples retirada de um livro de breves reflexões do David Lynch (diretor da seminal série Twin Peaks) talvez sintetize o que há de mais específico e potente na ficção seriada, que ainda é analisada em comparação com o cinema (e com a longa tradição das telenovelas e folhetins). É a capacidade da narrativa seriada de criar universos e personagens com diversas camadas e a possibilidade de criar e explorar diferentes arcos com mobilidade e flexibilidade temporal que convida o espectador a uma experiência de imersão e envolvimento, configurando formas específicas de experiência.

De alguma maneira, essa capacidade das séries de criar universos (consumidos em privado e compartilhados nas redes) parece ao mesmo tempo pavimentar um solo à subjetividade contemporânea, se considerarmos a narrativa em si, com personagens que acompanhamos e, de alguma forma, também nos acompanham. E ainda, se considerarmos o trabalho ativo das empresas no estabelecimento de conexões e “engajamento”, as séries criam um campo de interação, pertencimento e reconhecimento de identidades que estabelecem uma relação reconfortante, complexa e problemática entre pessoas, produtos e empresas.

“Tem na Netflix?” 

“[“I do Marathon (on Netflix)”] estampa camisetas, canecas e até pijamas…é apenas uma dentre várias afirmativas bem-humoradas, tais como “Sorry I can’t I have plans with Netflix” e “Netflix is my boyfriend”, que aparecem disseminadas em produtos que têm como objetivo declarar apego ao serviço de streaming fornecido pela empresa Netflix e que fazem sucesso nas redes sociais no Brasil, onde a empresa vem conseguindo cada vez mais consumidores entusiastas.”  Mayka Castellano  

Nos últimos anos, uma pergunta comum ao indicar uma série (ou filme) para alguém é se  “tem na netflix”. É evidente que nem as falecidas locadoras, nem a TV aberta ou por assinatura, e menos ainda os efêmeros DVDs são alternativas de acesso para os novos desejos de consumo audiovisual. A pergunta é básica e quase excludente: “tem ou não tem na Netflix?”. A resposta determinará se a indicação será ou não assistida, uma vez que a prática de downloads parece estar em declínio no Brasil. Uma mudança recente é que cada vez mais outras plataformas streaming entram na pergunta, tais como Amazon Prime Video, HBO Max e Globoplay, configurando o novo fenômeno que alguns pesquisadores já nomeiam como “guerra de streamings” – que geram novos problemas como: saber onde a série que deseja assistir se encontra (solucionado por aplicativos e até pelo google); quebra da “promessa” de valor acessível já que a soma seria maior que TVs por assinatura (alternativas como compartilhamento de senhas entre familiares e amigos), especificidades nos “estilos” dos catálogos (diversos discursos de “qualidade”). No entanto, a Netflix ainda permanece como sendo a maior (e com quem clientes parecem ter um tipo de relação íntima), pelo menos por enquanto e no Brasil, tendo se transformado quase em sinônimo de série ou mesmo de uma prática cultural. Algo que se constata, ainda, quando em vlogs e stories das redes sociais aparecem expressões como as seguintes: “praia ou netflix?” , “festa ou netflix?”.   

                                        

 

 

Ao começar a estudar as séries e analisar um pouco uma prática típica do fenômeno (as maratonas) percebi cada vez mais sua relação com as ferramentas específicas das novas plataformas. O que me revelou a importância dos estudos sobre as plataformas e os algoritmos para a compreensão das dinâmicas envolvidas no novo modo de consumir séries. As plataformas não são um simples “local” em que a prática ocorre. São agentes fundamentais na configuração dessa relação entre as pessoas e as séries, e contribuem para moldar nossa relação com o simbólico, bem como a produção de subjetividades (e sociabilidades) na contemporaneidade. 

A primeira grande mudança no consumo de produtos televisivos se deu com o videocassete, nos anos 1980, e a possibilidade de gravar um programa para assistir quando quiser. A partir daí, muitas outras transformações tecnológicas e culturais ocorreram. Do appointment viewing (quando espectador se organiza para assistir ao programa na hora marcada) para o time shifting (consumo fora do horário de exibição), da grade de programação para a lógica do catálogo, do modelo de negócios “anúncio-audiência” para o de “assinatura-cliente”. Do ibope medido por amostras e pesquisas à dataficação e a não divulgação dos números pelas empresas, dados mantidos em segredo e utilizados estrategicamente para a especulação e a “criação de marca”. Os estudos sobre essas plataformas, portanto, com toda a complexidade que introduzem nas dinâmicas de consumo, mostram-se um ponto de partida necessário para o tipo de pesquisa aqui proposto. 

Se a TV tradicional tinha no appointment viewing a noção de “tempo público” e “espaço de coabitação social”, o novo modelo de circulação e consumo supera os desafios da mudança de temporalidade. Ou, melhor dizendo, se apropria dessa mudança, e constrói experiências e interações que funcionam tanto no âmbito do marketing dessas empresas quanto na relação dos ‘espectadores’ com as séries. Isso se dá com a introdução de novas ferramentas como os sistemas de recomendação, a personalização de apresentação do conteúdo na interface, a possibilidade de aceleração do vídeo, a categorização das produções, as configurações do mecanismo de busca e das listas, a iniciação automática de novos episódios, a sugestão de “continue assistindo” (que indica o ponto exato que se parou e lembra as séries “abandonadas”), a ferramenta de indicação algorítmica “surpreenda-me” (quando a plataforma escolhe o que você irá gostar a partir do que já assistiu e inicia automaticamente o vídeo), a utilização publicitária de dados como o tempo e a quantidade de visualizações (com especulação no mercado a partir da publicização seletiva desses dados).

Assim, o objetivo desta etapa inicial da pesquisa consiste em identificar os mecanismos inovadores utilizados pelas empresas de streaming para configurar a prática e incentivar o consumo, especificamente esse que se faz incessante na experiência insone de maratonar. 

 

 

 

“Do que as séries são sintoma?”

“O sucesso das séries explica-se menos pela sua capacidade de refletir de forma realista sobre o nosso mundo do que por suas condições de fornecer uma compensação simbólica.” François Jost
De um modo geral, as narrativas seriadas de todos os tipos produzem uma ênfase no começar, elas se especializam em renovar o prazer de nos vermos no início de uma história. Elas despertam, portanto, principalmente, a curiosidade pelo que vem depois. No caso das séries online, como o “e depois?” já está presente, continuar é imperativo. Entre o fim provisório e o recomeço não há espaço para espera e privação. O prazer do recomeço está à mão de modo imediato.” Bernardo Oliveira

No momento que passamos a ter a viabilidade material para acessar uma espécie de locadora infinita de filmes, quase como num Aleph do conto de Borges, sabemos que há condições técnicas para obtermos todos os filmes já feitos pela humanidade quase literalmente na palma da mão. Então nos deparamos com duas situações interessantes. Uma já esperada: a estratégia capitalista de fechar o acesso e criar mecanismos lucrativos, exclusivos e excludentes, para os consumos. E a outra: uma predileção pelas séries e não pelos filmes. Daí decorrem algumas questões importantes: quais características indicam compatibilidades possíveis entre as subjetividades contemporâneas e as séries, tanto em relação a sua linguagem, narrativa, estética, quanto aos aspectos que configuram sua produção, circulação e consumo? A aposta da minha pesquisa é que o aspecto temporal seria determinante. A serialização promoveria uma dinâmica compatível com as subjetividades ansiosas da contemporaneidade.  

Assim como os estudos sobre cinema foram fundamentais para compreender as subjetividades modernas, o consumo de séries parece cumprir papel semelhante para analisarmos as subjetividades contemporâneas. Por isso, me interessa investigar os aspectos que compõem o consumo de séries nas plataformas de streaming e alguns mecanismos envolvidos nesse modo de consumo específico (as maratonas), verificando uma peculiar relação com o tempo. A hipótese é que há uma relação com a ansiedade, um sintoma muito contemporâneo, e também com certas mudanças na sociabilidade e nas maneiras de experimentarmos a solidão no atual contexto de “economia da atenção” e auge das redes sociais na internet. 

O consumo de séries tem recebido atenção crescente da mídia tradicional, do público na vida cotidiana e em redes sociais, bem como também nas pesquisas acadêmicas. Há uma empolgação mercadológica que tem atraído altos investimentos, além de discussões sobre legislação e políticas públicas de regulação. Como objeto de pesquisa, portanto, o fenômeno das séries é privilegiado em desdobramentos possíveis por reunir aspectos que envolvem fatores do campo simbólico, ficcional, narrativo, em junção com os aspectos tecnológicos ligados aos estudos de algoritmização e plataformas, além da economia política. É um fenômeno cultural emblemático da nossa época, de grande relevância nos processos de produção de subjetividade.

 

“Você ainda está assistindo?” 

“Entender como o modelo de negócios das plataformas digitais capitaliza os nossos dados e a nossa atenção é fundamental para uma análise dos efeitos da mediação algorítmica sobre o comportamento humano e a produção de subjetividade nas sociedades contemporâneas.” Anna Bentes

A pergunta que a Netflix nos faz ao “perceber” nossa ausência pela inatividade na interface é quase irônica: caímos finalmente no sono ou ainda estamos vendo mais um episódio? Então, nós perguntamos: o que há de sintomático no ato de maratonar séries de modo insone, impactando nas subjetividades e nas dinâmicas sociais? Num contexto de instabilidade política e econômica, com altas exigências em todos os âmbitos da vida, como se enquadra a frequente alocação de energia e tempo numa única atividade, economicamente improdutiva (para quem consome) e repetitiva até a exaustão como é o ato de maratonar séries? Em tempos de dispersão e vivências multi-tarefa, como se instalou tão fortemente uma prática, aparentemente paradoxal, de imersão numa profusão infinita de narrativas ficcionais seriadas? Como as empresas de plataformas capitalizam a “economia da atenção” para incentivar essa subjetividade bombardeada de demandas produtivas a dedicar seu tempo (e sacrificar seu sono) numa “atividade” infindável?

 

  

E como essa atividade estática (e, por vezes, extática) realizada por milhões de pessoas que produzem dados em longas horas de “lazer” pode ser utilizada pelos oligopólios? Quais as consequências do uso de dados tão sensíveis, extraídos a partir de uma relação supostamente íntima da subjetividade com o seu próprio universo simbólico? Na lógica das plataformas e dos algoritmos, com cada movimento (cada ação ou inação, cada toque) sendo registrado pelas empresas, abre-se a possibilidade de se saber não só que tipo de narrativa agrada a cada uma das milhões de pessoas que assinam os serviços. Além disso, é possível atingir um nível de detalhamento inaudito, como por exemplo em que momento o interesse aumenta ou diminui dentro de cada série, quando se faz pausas e quando se abandona o consumo de uma série. 

Cada uma dessas informações pode ser obtida a respeito de um nicho em particular: pode ser para um público homofóbico quando um personagem homossexual aparece, por exemplo? Isso, somado à própria produção desses nichos com discursos identitários apropriados pelas empresas, o que constrói uma riqueza de informações com potencial para explorações igualmente preocupantes. Algo importantíssimo, neste quadro, é que não é possível acessar e analisar os dados em si, já que eles estão sob domínio exclusivo das empresas. 

Em suma, a ideia desta pesquisa é mapear o campo de problemas suscitado pelo novo fenômeno para analisar algumas transformações da subjetividade a partir de conexões com questões mais complexas em debate atualmente, além de investigar os procedimentos, estratégias e discursos das empresas-plataformas e inferir seus possíveis usos e consequências. Aqui analiso um deles, especificamente: o já assumido interesse de deixar o espectador acordado (consumindo-produzindo) por mais tempo quanto for possível.

“Hoje, mais do que pensar sobre o funcionamento e os efeitos particulares de novas máquinas ou redes específicas, importa avaliar como a experiência e a percepção estão sendo reconfiguradas pelos ritmos, velocidades e formas de consumo acelerado e intensificado.” Jonathan Crary

Com quem penso sobre o que

Sem ainda arriscar de modo explícito uma articulação conceitual entre diferentes abordagens teóricas, faço uma primeira menção pública a algumas pesquisadoras e pesquisadores que compõem primeiros pensamentos e com quem desejo dialogar, algo que de certo modo já está implícito e ressoando neste texto:

Jonathan Crary – pensar o contexto de “fins do sono” no capitalismo e questões da percepção.

Paula Sibilia – refletir sobre produção de subjetividade e mal-estar na contemporaneidade.

Fernanda Bruno – associar com economia psíquica dos algoritmos e modulação do comportamento.

Anna Bentes – analisar aspectos da economia da atenção, os hábitos engancháveis, captura do tempo e da atenção.

Paul Preciado – desdobrar conceito de “espaço doméstico cibervigiado”, teleprodução e consumo.

Mayka Castellano – compreender as maratonas de séries e as plataformas streaming.

Melina Meimaridis – traçar relações possíveis com as comfort series e panorama televisivo.

Daniel Rios – aprofundar estudos sobre dataficação nas plataformas streaming.

João Ladeira – destrinchar dinâmicas dos sistemas de recomendação.

Blake Hallinan e Ted Striphas – explorar estudo de caso do investimento da Netflix em algoritmos para sistema de recomendação.

João Massarolo – revisar categorias como vod, catálogos streaming, consumo de “fãs” de ficção seriada.

François Jost – entender o papel das séries estadunidenses.

Isleide Fontenelle – desenvolver os aspectos de consumo e desejo.

Maria Rita Kehl – ensaiar pontos de conexão entre o mal-estar e o tempo.

Marianna Ferreira Jorge – desenvolver relação entre mal-estar e hiperconexão. 

Marcel Silva – estabelecer bases do fenômeno das séries.

Amanda Lotz – compreender o modelo de negócios das plataformas streaming.

Dominique Wolton – contrastar as funções da TV, laço social e coabitação social com dinâmicas das plataformas.

Lia Bahia e Pedro Butcher – categorizar as diferentes janelas audiovisuais e suas regulamentações. 

Rafael Grohmann – relacionar a circulação de capital e a de sentidos nas plataformas.

Foucault e Deleuze – estabelecer critérios e conceitos da sociedade de controle em contraste com a disciplinar.

Sérgio Amadeu – desdobrar questões sobre a sociedade de controle, redes sociotécnicas e protocolos. 

Bernardo Oliveira – investigar conceitos da filosofia que se relacionam com séries e temporalidade.

Rafael Saldanha – mapear pesquisas para refletir sobre estagnação e esgotamento do sujeito.

Kenzo Soares – levantar as discussões sobre regulação das plataformas.

José van Dijck – definir o conceito de plataforma e a sua relação com as estruturas sociais.

Carlos D’Andrea – revisar diferentes conceitos relacionados aos estudos de plataformas.

Shoshana Zuboff – contrapor diferentes abordagens como a do capitalismo de vigilância.

Marcos Dantas – contrapor diferentes abordagens como a do capital-informação na economia política. 

Giuseppe Cocco – contrapor diferentes abordagens como a do capitalismo cognitivo e aceleração algorítmica.

 

Referências

BENTES, Anna. A gestão algorítmica da atenção: enganchar, conhecer e persuadir. In: Fabrício Bertini Pasquot Polido; Lucas Costa dos Anjos; Luiza Couto Chaves Brandão. (Org.). Políticas, internet e sociedade. 1ed.Belo Horizonte: IRIS, 2019.

CASTELLANO, Mayka. “I do marathons (on Netflix)”: as práticas dos fãs nas novas formas de ver e compartilhar TV. In: Anais XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Intercom, Rio de Janeiro, 2015.

CRARY, Jonathan. 24/7: capitalismo tardio e os fins do sono. Tradução de Joaquim Toledo Jr. São Paulo: Ubu, 2014.

JOST, François. Do que as séries americanas são sintoma?. Porto Alegre: Sulina, 2011.

LYNCH, David. Em águas profundas: criatividade e meditação. Rio de Janeiro: Gryphus, 2006.

OLIVEIRA, Bernardo. As narrativas seriadas e a experiência contemporânea. Revista O que nos faz pensar n.36, PUC-RIO, 2015

 

** “When you watch a show from Netflix and you get addicted to it, you stay up late at night. We’re competing with sleep, on the margin.” https://www.theguardian.com/technology/2017/apr/18/netflix-competitor-sleep-uber-facebook

 

*Mariana Campos Carvalho é mestranda do Programa de Pós-graduação em Comunicação e Cultura/ECO-UFRJ, pesquisadora do MediaLab.UFRJ e editora-assistente da Revista ECO-Pós. [mariana.eco.ufrj@gmail.com]