// A vingança dos neurônios, com Dominique Cardon (MédiaLab Sciences Po)
19 de outubro de 2018Palestra internacional: “A vingança dos neurônios: a invenção das máquinas indutivas e a controvérsia da inteligência artificial”, com Dominique Cardon, diretor do MédiaLab Sciences Po (França) – Haverá tradução simultânea.
Data: 01/11 (quinta-feira), às 15h.
Local: Casa da Ciência da UFRJ – Rua Lauro Müller, 3.
Realização: MediaLab.UFRJ.
Apoio: LAVITS, Pontão/Lab de Inovação da Escola de Comunicação da UFRJ, Consulado Francês no Brasil e Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura da UFRJ.
Resumo da conferência:
Valendo-se das conquistas espetaculares das técnicas de deep learning, as promessas da Inteligência Artificial (IA) voltaram a ocupar o debate público. Nessa conferência, propõe-se retraçar alguns aspectos da história da Inteligência Artificial a fim de compreender os desafios presentes. A “terceira primavera da Inteligência Artificial” se caracteriza, com efeito, pelo retorno do paradigma conexionista que havia sido marginalizado na “segunda primavera” da Inteligência Artificial nos anos 1980. A nova onda de promessas da Inteligência Artificial ganhou forma graças às novas capacidades de cálculo dos computadores. Mas ela propõe sobretudo uma outra maneira de tornar as máquinas “inteligentes”. Não se trata mais de pedir aos computadores para calcular, mas sim de aprender com os dados e formar modelos de predição a partir de dados. Esta mudança de paradigma da Inteligência Artificial tem várias consequências: ela propõe uma representação diferente da sociedade, que se apoia mais sobre o comportamento dos indivíduos do que sobre as categorias de pertencimento; ela abre possibilidades de automatização do trabalho; ela apresenta novas oportunidades mas também riscos de enviesamento nos cálculos. Esta conferência propõe examinar os desafios éticos e políticos colocados pelo desenvolvimento da Inteligência Artificial.
Dominique Cardon é professor de sociologia na Sciences po/Medialab, Paris. Seus trabalhos dedicam-se aos usos da Internet e às transformações do espaço público digital. Suas pesquisas recentes voltam-se para as redes sociais da Internet, as formas de identidade on-line, a autoprodução amadora e a análise das formas de cooperação et de governança nos grandes coletivos on-line. Ele realiza atualmente uma análise sociológica dos algoritmos que permitem organizar a informação na web.