Lançamento do Dossiê Tecnopolíticas e Vigilância na ECO-Pós
7 de novembro de 2015“Tornou-se um lugar comum afirmar, em nossos dias, que a vigilância está em toda parte. Miniaturizada e mesmo invisível a olhos nus, ela corre sob os fluxos de nossas comunicações, cliques e trajetos nas redes informacionais, guiada por algoritmos de coleta e tratamento automatizado de dados. Capturando rastros e vestígios de nossa presença on-line e off-line via rastreadores, sensores, sistemas de geolocalização e etiquetas de radiofrequência, as tecnologias de monitoramento aproximam-se de nosso cotidiano e de nossa intimidade, ao mesmo tempo em que operam segundo as escalas gigantescas do big data, abarcando vastíssimas populações e territórios. A materialidade de tais tecnologias envolve desde os nanômetros até as pesadas infraestruturas de cabos, redes de tráfego e centros de processamento de dados. Esses aparatos estão sob os nossos pés e oceanos (como os cabos de fibras óticas subterrâneos ou submarinos), sobre nossas cabeças (drones e satélites), incorporados à arquitetura das cidades (câmeras, antenas, detectores de sinais, radares) ou trafegando pelo ar (via frequências, sinais, ondas eletromagnéticas etc). Em termos subjetivos e afetivos, os processos de vigilância e monitoramento atravessam nossos temores e anseios por segurança, bem como nossas relações amorosas, sexuais, familiares. Institucionalmente, cruzamentos entre Estados e corporações, guerra ao terror e interesses de mercado, agências de segurança nacional e o comércio de dados pessoais na Internet convivem em um mercado bilionário e ainda não regulado”
Fernanda Bruno, Julio Bezerra, Wilson Milani
SUMÁRIO:
Após Snowden: Repensando o Impacto da Vigilância, Zygmunt Bauman, Didier Bigo, Paulo Esteves, Elspeth Guild, Vivienne Jabri, David Lyon, R. B. J. Waker.
Governamentalidade algorítmica e perspectivas de emancipação: o díspar como condição de individuação pela relação?, Antoinette Rouvroy, Thomas Berns
Para Uma Internet Política das Subjetivações, Henrique Antoun
Políticas e poéticas dos rastros, Paulo Faltay, Luiz Carlos Pinto
Vigilância e políticas de privacidade na sociedade pós-cookie: O caso do The Guardian, Lilian Cristina Monteiro França
Is the (Generative)Web Dead?: Controle e Vigilância em Ecossistemas Digitais de Entretenimento, Rosana Vieira de Souza
A fábula da câmera invisível na escola e o regime contemporâneo de imagens, Cláudia Linhares Sanz
“Imagens operativas e pós-fotográficas: um estudo a partir de Farocki”, Ednei de Genaro
Imagens fantasmas, Harun Farocki
A terra, a guerra, a insurreição, Peter Pál Pelbart
Entrevista:
Entrevista com Natalia Viana, Fernanda Bruno, Julio Bezerra, Ícaro Ferraz Vidal Junior, Wilson Milani
Perspectivas:
Verdade e ficção na produção jornalística: entrevista e memória, Agnes Francine de Carvalho Mariano
Isso não é só um livro. Uma análise do kindle paperwhite sob a ótica dos estudos de software., Elias Cunha Bitencourt, Karla Schuch Brunet
A imersão televisiva e o retorno da imagem estereoscópica, Felipe de Castro Muanis
Corpo-Dispositivo Entre o visível e o invisível da informação, Graziela Andrade
Antes do amanhã: Das redes acadêmicas a internet comercial, 1987-1995, João Damasceno Martins Ladeira
Resenhas:
Por uma teoria ética da técnica A vida algorítmica segundo Éric Sadin, Ícaro Ferraz Vidal Junior
Vigilância Cibernética no Brasil: O Caso Snowden sob o PRISMa de um insider, Gills Vilar Lopes
Esperando e querendo, Rafael Godoi
ISSN: 2175-8689
Para acessar a revista eletrônica Eco Pós v. 18, n. 2 (2015) Tecnopolíticas e Vigilância clique aqui