#EstamosLendo_1 // The Attention Merchants: The epic Scramble to Get Inside Our Heads, Tim Wu

Por Anna Bentes

O livro de Tim Wu, professor da Columbia Law School, conta a história da progressiva valorização econômica da atenção que culminou na atual Economia da Atenção. Para Wu, a condição contemporânea na qual nossa atenção é ininterruptamente capturada e capitalizada é efeito da expansão e do fortalecimento de uma indústria cuja origem é atribuída ao surgimento do que ele chama comerciantes da atenção. Com as primeiras manifestações ainda no século XIX, os comerciantes da atenção são aqueles responsáveis pelo desenvolvimento de modelos de negócio nos quais a atenção é o produto a ser vendido, em especial, aos anunciantes publicitários.

A partir do cruzamento das práticas da publicidade em diferentes mídias, a história dos comerciantes da atenção conta como a publicidade elaborou diversas estratégias de captura e gestão da atenção de consumidores e espectadores, começando com anúncios em jornais e cartazes, se expandindo para o rádio e depois para a televisão até seu estágio mais recente com a internet e as plataformas digitais.

Para Wu, um dos primeiros comerciantes da atenção foi Benjamin Day, o norte-americano fundador do jornal New York Sun em 1833, que investiu não na venda dos jornais em si, mas na venda da atenção dos seus consumidores através do espaço em seus jornais para anunciantes. Um outro evento significativo nessa história é a invenção do “horário nobre”, ainda no rádio, depois incorporado à televisão, que passou a reunir de maneira inédita um grande número de pessoas prestando atenção a um único conteúdo ao mesmo tempo.

Atualizando a lógica mais recente de comercialização da atenção, as plataformas digitais e dispositivos, com modelos de negócios baseado em dados e em publicidade direcionada, vendem a atenção de seus usuários e a promessa de influenciá-los aos anunciantes que utilizam seus recursos algorítmicos para impulsionar anúncios.

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