// Inscrições abertas para a disciplina Subjetividade, Tecnologia e Raça

4 de abril de 2022

Neste semestre a UFRJ começa a retomar as atividades de maneira presencial e é neste contexto que as Profª Fernanda Bruno, Paulo Faltay e Debora Pio irão ministrar a disciplina “Subjetividade, Tecnologia e Raça”. A disciplina pretende abordar algumas das controvérsias presentes nas tecnologias digitais, que hoje dominam as infraestruturas tanto pública quanto privadas.

Nela, serão discutidos temas como vieses algorítimicos, hipervigilância, discurso de ódio, entre outros. Tudo isso sem esquecer de seus aspectos sociais, subjetivos e políticos. As aulas acontecerão presencialmente às quintas-feiras, das 14h50 às 18h30. As inscrições estão abertas até o dia 4 de abril para alunos e alunas da graduação da UFRJ.

Veja a ementa completa e a bibliografia:

Ementa:

As tecnologias digitais hoje são parte das infraestruturas públicas e privadas, bem como elementos fundamentais dos modos de subjetivação e de constituição de si – condição que se tornou ainda mais evidente com a pandemia da Covid-19. Entretanto, apesar de terem servido para manter o mundo “conectado” durante a crise sanitária, estas tecnologias portam uma série de problemas que merecem ser discutidos em suas dimensões subjetivas, sociais e políticas.

Entre eles, vieses algorítmicos, discriminação automatizada, vigilância e discursos de ódio são exemplos que perpetuam assimetrias históricas, como o aprofundamento das desigualdades de raça, gênero e classe. Ainda que tais problemas ganhem hoje mais visibilidade, ainda é tímida a reflexão acadêmica sobre esses temas. Diante disso, esta disciplina pretende abordar as relações entre tecnologia, subjetividade e raça, explorando três principais eixos de análise: i) abordagens e conceitos sobre as interseções entre tecnologia, raça e subjetividade; ii) casos contemporâneos em que discriminações e vieses algorítmicos influenciam modos de vida e relações sociais; iii) ativismos e práticas artísticas que têm feito oposição a este cenário, através de movimentos mundiais como Black Lives Matter e Ban the Scan.

Bibliografia Básica:

BRUNO, Fernanda. Máquinas de ver, modos de ser. Editora Salinas. 2013.

BENJAMIN, Ruha. Retomando nosso fôlego: Estudos de Ciência e Tecnologia, Teoria Racial Crítica e a imaginação carcerária. In: SILVA, Tarcízio. Comunidades, Algoritmos e Ativismos: olhares afrodiaspóricos. Literarua. 2020.

FANON, Frantz. A experiência vivida do negro. Pele Negra, Máscaras brancas. Salvador: UFBA. 2008.

GROHMANN, Rafael (org.). Os laboratórios do trabalho digital. São Paulo: Boitempo, 2021

MBEMBE, Achille. O pequeno Segredo in: Crítica da Razão Negra. Antígona, 2014.

______. Brutalismo. Trad. Sebastião Nascimento. São Paulo: N-1 Edições, 2021

NOBLE, Sofiya. Algoritmos da Opressão. Editora Rua do Sabão, 2021.

SANTIAGO, Larissa. Parece erro deles: a colonialidade da tecnologia, 2020. Disponível em: http://blogueirasnegras.org/parece-erro-deles-a-colonialidade-da-tecnologia/

SANTOS, Neuza. CAP IV. Representação de Si. pp. 61 a 64. In: Tornar-se Negro. Graal. 1983.

SILVA, Tarcízio. Comunidades, Algoritmos e Ativismos: olhares afrodiaspóricos. Literarua. 2020. ____________. Racismo Algorítmico: inteligência artificial e discriminação nas redes digitais. SESC. 2021.

WANG, Jackie. Capitalismo Carcerário. São Paulo: Editorial Igrá Kniga, 2021.