// Encontro #1: Extrativismos, tecnopolíticas e lutas decoloniais

24 de maio de 2023

No dia 26 de maio, a Lavits e o Instituto de Estudos Avançados e Convergentes (IEAC) da Unifesp realizam o primeiro encontro do Ciclo Extrativismo, tecnopolíticas e lutas decoloniais, no auditório da Reitoria da Unifesp.

O objetivo deste ciclo de seminários é promover um diálogo entre pesquisadoras de diferentes áreas disciplinares e ativistas que trabalham com direitos territoriais, socioambientais e tecnologias. Os debates do ciclo terão como foco as reinscrições da lógica colonial-extrativa sobre territórios e populações da América Latina a partir da crescente mediação cibernética na vida contemporânea, atualizando as expressões dos diversos extrativismos: informacional, epistêmico, bens comuns, territórios e formas de vida.

O evento é presencial e as inscrições podem ser feitas enviando um email com nome e filiação institucional (se houver) para lavits.org@riseup.net. Já para quem desejar certificado de participação, é necessário fazer inscrição pelo sistema da Unifesp no link: https://sistemas.unifesp.br/acad/proec-siex/index.php?page=INS&acao=2&code=23734.

Abaixo mais informações e programação completa do Encontro#1

 

Extrativismos, tecnopolíticas e lutas decoloniais

A última década foi marcada por incontornáveis evidências dos rastros devastadores produzidos pelos processos antrópicos no planeta. A catástrofe ancestral do colonialismo associa-se com a grande aceleração tecnológica e informacional do Tecnoceno, uma hipótese de nova era bio-tecno-geológica que está alterando o jogo da “marcha civilizatória” sobre territórios, corpos, subjetividades, e nas relações do humano com outras espécies. Tal aceleração tecno-extrativista informacional e financeirizada adiciona às extrações de bens naturais e de formas de vida, aos extrativismos epistêmico e cognitivo, onde nossa experiência online é convertida em recurso para extração de conhecimento e valor. Ampliando o domínio digital do codificável e a indústria da vigilância e do controle, principalmente sobre populações racializadas e de zonas “sacrificáveis” e com enormes custos ecológicos, podemos observar a renovação do repertório da colonialidade. O Ciclo de Encontros de Pesquisas e Práticas sobre Extrativismo, Tecnopolíticas e Lutas Decoloniais/LAVITS convoca o pensamento, práticas e alianças para outros futuros e imaginações sociotécnicas. Neste primeiro encontro a Amazônia é, de um lado, o vértice dos futuros possíveis e, de outro, é espaço de hiperexploração e práticas de desumanização, violência e extermínio. Com essas disputas no horizonte, convidamos à reflexão sobre o que pode ser uma perspectiva tecnopolítica anticolonial para a recomposição de mundos. 

Doutor em Desenvolvimento Socioambiental pelo PPGDSTU e Mestre em Planejamento do Desenvolvimento pelo NAEA na UFPA. Especialista em Tecnologias em Educação pela PUC-Rio. Graduado em Processamento de Dados pela UFPA. Professor da FAPAN (Faculdade Pan Amazônica) e pesquisador da Incubadora de Políticas Públicas da Amazônia (IPPA). Com experiência nas áreas de Ciência da Computação e Planejamento do Desenvolvimento, atuando nos temas: capitalismo de vigilância, economia do conhecimento, governo eletrônico, tecnopolítica, comunicação pública, tecnologias na educação, software livre, dados abertos, transparência, cultura digital, inclusão digital, plataformas de participação social, democracia digital, cidadania digital e desenvolvimento local e regional.

Cofundadora da Agência Amazônia Real e editora de conteúdo. É referência em reportagens sobre povos originários, populações tradicionais, denúncias de violações de direitos territoriais e direitos humanos, violências socioambientais e impactos de grandes obras na natureza e nas populações amazônicas. Entre as premiações recebidas, está o Prêmio Imprensa Embratel. Em 2021, foi homenageada no 16º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), junto com Kátia Brasil, também fundadora da Amazônia Real. Em 2022, recebeu o Prêmio Especial Vladimir Herzog. É jornalista formada pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM).

Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Goiás (2012) e mestrado em Sociologia pela Universidade Federal de Goiás (2015). Atua como pesquisadora e facilitadora de processos de aprendizagem em segurança digital, atua em projetos na intersecção de tecnologia e sociedade que tenham como missão os direitos humanos e justiça social e climática. É pesquisadora de produtos no Projeto Tor, e pesquisadora no coletivo Tech for Forests. 

 

Fundador, diretor, editor-chefe e repórter especial do Observatório da Mineração. Pesquisador vinculado ao Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília (UnB). Professor e palestrante de jornalismo. Eleito um dos três jornalistas mais relevantes do Brasil no setor de Mineração, Metalurgia e Siderurgia pelo Prêmio Especialistas de 2022 e 2021. Vencedor do Prêmio de Excelência Jornalística da Sociedade Interamericana de Imprensa (2019).

Jornalista e ativista de direitos humanos e coordenadora do Sinal de Fumaça, uma plataforma bilíngue independente atualizada semanalmente que sistematiza os principais fatos, notícias e discursos relacionados à crise socioambiental brasileira. Produzida por um grupo de comunicadores e ativistas com apoio da agência Lema, a plataforma permite a busca e a “customização” de linhas do tempo temáticas, por período ou ator-chave. Além de servir como monitor contemporâneo, o Sinal de Fumaça opera como espaço de preservação de memória e combate à desinformação no que diz respeito aos impactos da gestão Bolsonaro sobre a agenda socioambiental brasileira.

 

Serviço 

Quando: 26 de maio de 2023, manhã e tarde.

Local: Auditório da Reitoria da Unifesp

Rua Sena Madureira, n.º 1.500 – Vila Clementino – São Paulo – SP

Organização: Rede Latino-americana de Estudos em Vigilância, Tecnologia e Sociedade (LAVITS) e Instituto de Estudos Avançados e Convergentes (IEAC) da Unifesp.